Hoje os dias são repletos de "mimesis", tudo é imitação. Ás vezes o falso que cabe no bolso é preferível ao que vem com nota fiscal, se der errado não reclame, mas se funcionar vem aquela sensação de esperteza. Tudo é uma questão de saciar a fome do momento, aliviá-la sem nutrir-se ainda que o corpo esteja fraco. Há sempre um tempero pronto, que não deixa cheiro nas mãos embora satisfaça mediocremente o paladar. Nossos sentimentos podem ser achados em prateleiras de supermercado, também estão em pacotes lindos que ficam prontos em poucos minutos e tudo o que precisamos é de um balde de água fervendo. Assim prosseguimos enganando o espírito, mais que ao estômago e ao coração. Vivemos ilusões passageiras sem pretensões de alimentar a alma. Nos dias frios tem chá quente e cobertor, nos dias quentes roupa curta e carinho na mão. Tudo de segunda linha, chá, cobertor, vestimenta, carinho... Originalidade custa caro e demora muito pra pagar, ainda que se tenha condições. Alimentamo-nos de ilusões, mostramos nosso sorriso amarelo, partilhamos o endereço na net e vamos seguindo, uma vida cremosa, tradicional ou light. O que não nos faltam são novas versões sempre dentro da velha embalagem.
05/08/2008
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2 comentários:
Muito bom te ter por aqui.
Algum tempo pra descobrir o que se passa por essa mente brilhante. Adicionada nos meus favoritos (não preciso de tempo pra descobrir seus talentos)e seja bem-vinda.
:*
(dai)
Que delícia teu texto. (NÃO FALAREI QUE PODERIA POSTAR LÁ NA COMUNA PORQUE SEI QUE APANHO SE DISSER ISSO, MAS É VERDADE!)
Bom por demais poder me reconhecer em mais uma das suas janelas.
Bjo pra ti dum, como você, do tutor de dragões ausentes...
P.S. Por isso prefiro manufaturar os corpos e os sentidos. O tempero caseiro e afivelado da alma é sempre o mais forte. E sutil por extenso. Bjo
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